7 de abril de 2010
PERSONALIDADE LUZIENSE: DIDI DA VAN
Há tempos que escrevo no blog sobre as pessoas que marcaram a história de Santa Luzia. Gente que no decorrer da vida escreveu o nome no quadro de memórias da nossa cidade. Já passou por aqui políticos, comerciantes, loucos, intelectuais. PESSOAS. PERSONALIDADES LUZIENSES. Alguns que eu admiro e outros que mereceram o texto pela história de vida e de luta. Quantos dos meus leitores não leram emocionados os textos sobre a vereadora Lúcia Machado, o meu pai, o seu Feliciano, a Chica do Manoel Rouquinho? Então, é tanta gente merecedora desse título que só os muitos anos que eu ainda penso em viver que vai conseguir descrever os feitos e as personagens do livro da nossa história. Figurantes que eu conheci de perto e que conviveram comigo e que, de certa forma, marcaram a minha vida. Mas, hoje, vou perder o pouco tempo que ainda tenho para homenagear essa PERSONALIDADE que é merecedora de um lugar nesse blog - não pelos feitos políticos, como o Deputado Adamor Aires ou o Lourival Fernandes, o Louro, mas pelos incontáveis risos que fez a gente lá de Santa Luzia desperdiçar. O DIDI. É o Didi da Van. O Didi das palhaçadas, o Didi das putarias, o Didi de tantas farras, tantos sonhos, tantos risos, tanta alegria. O NOSSO DIDI MOCÓ LUZIENSE. Cearense e não menos engraçado. Talvez a geração dessa Santa Luzia de meninos modernos cheios de modismos, cabelos e roupas esquisitos não se lembre do palhaço Didi, o Didi de todos os nossos carnavais, das festas em fantasias, dos blocos de mulheres nas ruas, das marchinhas e carros alegóricos engraçados, mas eu, eu lembro muito bem dele. Por isso, esse texto é para eternizá-lo. Para eternizar o seu nome no livro de fábulas do 47. Não houve ali ninguém tão criativo e engraçado como ele. Não nasceu ali, ninguém tão entregue às loucuras e besteiras como ele. Por ele, nós esperávamos o carnaval. Por ele a farra de maizena era parte das tradições luzienses. Por ele o nosso melhor riso. Vê-lo passar nas ruas vestido de mulher era uma piada. Vê-lo carregando o bloco dos jogadores de futebol despidos de vergonhas e embrulhados em vestidos era cômico e único. O Didi foi o nosso Chacrinha. Ele polemizou a figura do homem machão e cruel. Se vestiu de mulher e desafiou o preconceito nos tempos em que ninguém ali podia ousar tão radicalmente assim. Pegou porres e fez a alegria dos adultos, idosos e crianças que, da beira das calçadas, o esperavam passar aos cânticos das marchinhas num bloco rodeados de amigos. Os carnavais no João Borracheiro eram melhores com ele. Os festivais da Barraca eram mais interessantes quando ele era ator na peça. A praça ficava feliz quando ele chegava. As pessoas sorriam mais bonito quando ele passava.
Hoje, ele é ator da vida real, casou-se e se detém ao trabalho e à família, mas não será esquecido. Por seu amor a essa cidade. Por seu Humor que fez a gente mais feliz. Por seu sorriso que encantou muitos de nós. Pelos carnavais que sempre foram melhores com ele naquele vestido com os lábios pintados num batom vermelho sangue. Sempre que vou a Santa Luzia o vejo ao volante da van no trabalho diário, tão sério e agora tão responsável. Sinto saudade do tempo em que o Didi passava nas ruas com as motos estranhas que ele mesmo montava: cores berrantes, buzinas irritantes, pneus engraçados que só ele e o Missão, outra peça, sabiam pilotar. Aos que têm mais contatos com o Didi sempre pergunto se ele ficou triste ou está realmente velho e todos me respondem: “Ele está do mesmo jeito, você é que não teve tempo de parar e conversar com ele senão iria ver como só o Didi é capaz de ser tão brincalhão e engraçado!”. Que bom. Esse texto é pra você, amigo. Que sua memória seja lembrada e que a cidade recorde sempre o que há de melhor em você: a SUA ALEGRIA!
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