5 de fevereiro de 2010

Junia Pupunha com café



Esse negócio de Junia Pupunha está dando o que falar...estive lá na Unidade da Cidade Nova, trabalhando nas turmas da tarde, aquela revisão básica, e acabei ganhando um presente pra lá de inusitado: UM SAQUINHO DE PUPUNHA!Achei tão carinhoso o gesto da minha aluna, a forma como pegou o saquinho na bolsa e disse que era pra eu lembrar dos velhos tempos!
Registrei ainda a pouco o momento em que parei para o café da tarde regado de pupunha, tapioquinha e café preto, que eu adoro! Quebrei até o caroço da frutinha pra brincar com a May, dizendo que sou burrinha porque comi muito coquinho de pupunha cozida! MUITO OBRIGADA, JANE! Qualquer dia desses vou tomar café lá na tua casa...é só chamar!

O PASSADO É UMA PARADA


Quem deu o ar de sua graça por aqui foi a minha amiga de infância, a Norinha, filha do vereador Neguinho do Coco e da inesquecível professora Vanda. A Norinha era uma das amigas de estudo da época da Florentina, sapeca mais que eu e a Thaisa juntas. Ela gostava muito da Cassiana, a filha da Dora, que por destino, hoje é muito amiga de sua mãe, a professora. As duas viviam juntas num grupinho que contava ainda com a presença da Hélia e da Alessandra sua prima. Fizemos muita bagunça nos dias de aula naquela escola. Lembro quando era dia de vacinação, os assistentes de saúde fechavam a sala e a gente faltava morrer de pânico lá dentro com medo da agulha que nem existia, pois o pavor vinha mesmo do revólver que vacinava a ar comprimido. Era de tirar o fôlego. Naquela época as campanhas eram torturantes e obrigatórias, hoje, vai quem quer e tem consciência. SACANAGEM! Vou aproveitar a passagem desta minha amiga por aqui pra postar um textinho sobre a página “COISAS QUE EU LEMBRO”. A respeito da época das festas de comunhão. Uma tradição na cidade:tínhamos e comemorávamos,o batismo, a comunhão, a crisma e o casamento. Escrevi sobre o assunto no meu último livro “Maria de Moura, a mulher que passou do céu”. Nós tínhamos pavor do padre Otacilho. Amávamos o padre Rafael e éramos apaixonadas pelo Ronaldo, que na época estava estudando pra ser padre: No livro, temos os desmandos da mamãe, a dona Mariazinha, por causa de sua devoção a Deus, leiam o trecho transcrito por mim para entenderem melhor:
[..] Não minto que às vezes essa rotina da mamãe me causava vergonha. Na escola, os meninos chamavam ela de rato de sacristia, puxa saco de padre, beata Salu. Mas pouco adiantava a minha angústia ela era assim mesmo - ai de mim que dissesse isso a ela. Já estou até ouvindo a resposta: “A gente tem que ter vergonha é de ser vagabundo, ladrão e não cristão!!!”. Na minha infância toda e adolescência também, ouvia piadinhas sobre a mania de oração e crença dela. Amigos que cantavam os refrãos das músicas que ela era acostumada a cantar na igreja. Porém, nada me deixava mais invocada do que a encarnação dos meus amigos da turma de primeira comunhão. Mamãe tinha aversão à roupa branca, dizia que eu era muito imunda para usar vestimentas daquela cor. Na minha primeira eucaristia ela conversou como padre para que ele permitisse roupas de outras cores no evento. Aquilo nunca tinha acontecido. Batizado, comunhão, crisma e casamento eram todos celebrados com roupas brancas, mas como a mamãe era respeitadas pelo padre, o bendito Rafael, um italiano que era o pároco naquela época. Trato feito, a Maria colocou um aviso na igreja liberando o rosa e o azul para aquela turma. Tudo bem até aí. Todos iam de vestido e, como eu sempre fui um pouco macho, me recusei a ir. Fiz greve e ela pediu ao padre que liberasse também o uso de conjuntos. E assim foi feito. Ela escolheu a cor da roupa, azul e eu escolhi conjunto. Mamãe comprava sapatos sempre com dois números maior que o nosso pé que era pra não se perder logo. Fiz a preparação. Todos estavam curiosos pra vê a roupa do outro e, quando eu cheguei à igreja, todos já estavam presentes. Só que de vestido e roupa branca. Foi o maior mico. Imperdoável. Eu chorei e o padre tão bom e compreensível disse que justificaria ao público a cor e a roupa dizendo que eu era a representante da turma e que estava vestida daquele jeito porque faria a leitura. Seria uma boa solução se eu conseguisse andar de lá de onde nós estávamos para o altar com aquele sapato gigantesco que escorregava para um lado e para outro sem me deixar dar um passo.
Deus me fez pagar esse mico e como era de bom grado obtive o sacramento. Se esse fosse o único king kong que eu tivesse pagado na igreja, seria cômico[...] Aos que lêem este texto, é só olhar a foto pra entender que pior que ter que passar por isso, foi ter o momento registrado. Na imagem eu e a Norinha, minha amiga de infância, de escola e de comunhão. KKKKKKKKKK. Valeu, Norinha, eu pago mico, mas não pago só!

O QUE MUDOU e O QUE PRECISA MUDAR EM SANTA LUZIA? O CANTO DA TERRA



Férias de julho, avenida Castelo Branco na maior euforia, Praça da Matriz. Palco fechando a BR, cantos e gritos municipais. Jovens empolgados de braços pro alto ao som do violão: “Santa Luzia, tu merece amor, Santa Luzia, tu merece paz”. Nosso Hino. Não tínhamos uma bandeira ainda mas sabíamos exatamente o orgulho que tínhamos pela nossa pátria, o 47 - como disse um dia o meu amigo, o Marcio japonês, “Minha pátria é um lugar com um quilômetro de extensa felicidade!”. Aqueles que por ventura não guardam essas lembranças não viveram um dos momentos mais expressivos da Cultura luziense: O CANTO DA TERRA. Lembro de mim e de meus amigos que estudavam no cursinho aqui na capital chegando aos risos a procura de uma roupa para o evento. Mês de maio era atrativo para os visitantes que curtiam, e muito, as apresentações do polco no 47. Danças, músicas, barraquinhas, comidas típicas, apresentações culturais que enchiam os nossos olhos de alegria e orgulho. Éramos adoslescentes ainda mais já sabíamos a letra decorada:

Bela Morena tu já vem chegando
Já estou gostando de te ver assim
O povo na praça está te esperando
Que é pra mudar essa vida tão ruim

Morena bela tu já vem chegando
Já estou gostando de te ver assim
O povo na praça está te esperando
Que é pra mudar essa vida tão ruim

Com um sorriso de quem já sofreu
No teu olhar vejo alegria
Esquece agora quem te fez chorar
Um novo tempo de esperança vai chegar, ô ô ô
Mas que gesto bonito, ô ô ô
Que teu povo faz
Santa Luzia tu merece amor
Santa Luzia tu merece paz

Santa Luzia, a Cidade Morena, amanhecia toda pavulagem pra mostrar ao povo, de dentro e de fora, o que há de bonito em suas raízes.E, por falar em raízes, esse foi o nome, perfeitamente, escolhido para o grupo de jovens que idealizou e organizou o projeto - naquela época sem apoio da prefeitura municipal.O grupo Raízes Culturais era integrado pelos jovens intelectuais que compunham também o lado oposicionista ao governo municipal. Petistas, como queiram os não simpatizantes. Eles, os jovens do grupo, idealizaram, com muita ousadia e pouco dinheiro, um festival de exaltação à cultura do local com atrações tipicamente folclóricas e culturais do município nos três dias de agitação que a festança promovia ao povo da cidade. O evento contava com uma estrutura de barracas e quiosques enfeitados e que cercavam uma arena popular feita a céu aberto que abraçava a população na hora das atrações, que, em plena praça pública, mostrava, aos muitos olhares atentos e declarações culturais, que Santa Luzia tinha o que mostrar e merecia ser respeitada por suas tradições e que, tê-las divulgadas ao mundo, era uma honra. O Canto da Terra é um grande projeto e merece ser aplaudido. Fico feliz em saber que depois de alguns tempos esquecido, o movimento cultural volta e com força total atraindo na sua nova edição um montante de 5 mil pessoas nos dias em que a cidade reinaugura a nova era da cultura Luziense. O grupo Raízes não existe mais, porém aqueles jovens, hoje, ocupam o poder municipal, e, entre trancos e barrancos, dívidas e críticas, têm buscado reestruturar os velhos sonhos. Parabéns aos audaciosos de hoje pelo retorno do acontecimento. A cultura Luziense agradece.

4 de fevereiro de 2010

COMIDA....


Estava num dia de folga, acontecimento raro. Há dias que não durmo direito porque com o trabalho e os estudos, falta espaço para um descanso e, além disso, esse negócio de ser escritora tem me tirado muito tempo. Faz três semanas que o horário do sono diário tem sido descartado por causa dos textos que ando escrevendo para atualizar os Blog’s. Pesquisas aqui, leituras acolá e quando vejo, lá se foi a madrugada chegando...Hoje, fui ao Impacto da Almirante Barroso ministrar uma única aula. Acabei cedo e a Mayara pediu que eu dormisse um pouco pra dá uma forra pra minha mente. Pulei lá na frente e disse não. “Quero cozinhar hoje. O almoço é por minha conta!”. A Leice, minha secretária levou um susto. “E eu, vou fazer o quê?”. “Faça o cabelo, meu amorzinho, ele está precisando de um trato...”. Arregacei as mangas e fui para o fogão pilotar um pouco. Elas ironizaram que a cena deveria ir para o blog. Por quê? Sou professora mas antes disso sou filha da dona Mariazinha...baixinha arretada e sem papas na língua. Mamãe é o tipo de mãe tradicional, mulher tem que saber cozinhar. “Que diabo de esposa é essa que não sabe fazer um almoço pro marido?!” Devo isso a ela, o hábito das guloseimas. Engraçado que a Maria sempre foi muito ruim de tempero mas todas nós, as oito filhas, somos elogiadas pelos dotes culinários. Mamãe fazia carne cozida com quiabo e maxixe. E SÓ! Batata, cenoura, repolho, chuchu...Nem pensar! No máximo uma chicória, um caruru tirado do quintal lá do pé do jirau, casca de melancia, mamão verde e alface. E não sei porque ficava sempre uma delícia! MILAGRE, só pode. Ela foi sempre muito apegada a Deus...e Ele era puxa saco dela, tanto que ela sabia de tudo que fazíamos de errado... “Deus é fofoqueiro”, eu pensava! KKKKKKKKKKKKK.
Só sei que, hoje, aqui em casa, teremos um cozido com muita folha, com muito colorido, macaxeira, batata-doce, pupunha e muito tempero!Graças a mim e à Leice que foi à feira e comprou aquele pacotão de um real com batatas e cenouras divididas ao meio que todo pobre adora comprar nas feiras de bairros na baixada. (kkkkkk).

3 de fevereiro de 2010

RECUNSTRUINDO A CULTURA LUZIENSE



Recebi, de um morador de minha cidade, um e-mail muito interessante sobre o arraial da Paróquia:

(...) “A forma como descreveste o nosso tempo, consegui reviver por alguns instantes toda a alegria daquela época. Lindos tempos viveu Santa Luzia antes de conhecer o mundo do medo e da violência. Por onde anda aqueles moleques que brincavam por lá sem pretensão nenhuma de fazer o mal?”

Fico feliz em saber que muita gente tem na memória lembranças de um tempo tão bom que a gente viveu. A cidade cresceu, os problemas também. Mas o lugar tem tentado resgatar, mesmo que seja numa nova roupagem, as suas tradições. O arraial não é mais o mesmo, os personagens também não, mas muita coisa ainda resiste. Por isso, acho válida a divulgação dos sobreviventes também. Santa Luzia é uma cidade entravada por muitos insucessos, políticas públicas errôneas, desvios e corrupções que não acontecem apenas nos dias de hoje, mas têm histórico antigo e que perdura atualmente. Uma volta completa nas ruas da cidade deixa claro os problemas. Porém, a cidade tem os seus pontos positivos também e o poder de persistência desse povo é único. Somos singular nisso! Sobre o arraial e suas mudanças, são lembranças que ficarão na memória mas novas programações estão sendo feitas para a retomada da cultura luziense. Vejamos, a Quadra Junina da Paróquia ainda acontece, não é mais na quadra por conta das reformas e das péssimas condições do lugar, mas a festa tem acontecido ali mesmo dento da Barraca da Santa. Sem bolo do Paissandu ou Remo, sem desfile de misses Fazendeiras, mas com muita diversão ainda. As apresentações das quadrilhas modernas estão substituindo as antigas mas vale a pena conferir. A antiga quadrilha maluca da Pastoral da Juventude ficou sobre a responsabilidade do grupo “Os deserdados” que fazem sempre o maior sucesso! A Quadra Junina da Paróquia de Santa Luzia ainda comemora a tradicional Festividade de São João e isso, devemos muito ao novo pároco da cidade, o Padre Elias - jovem, inteligente e audacioso, ele tem remexido nas nossas tradições e reconstruído a nossa cultura. Meu abraço a esse ser iluminado que nos tem tanto ajudado! Deus o abençoe!

Belém...um continho!!!


Foi assim que eles, um dia, se conheceram. Ela, uma típica caboclinha da Amazônia, nascida por entre águas da baía de Guajará, vinda dos gritos frenéticos trazidos pelas dores de uma mãe que suava pingos amarelados cor de tucupi. Ele, moleque vindo das regiões interioranas, ribeirinho daqueles que desafiam a morte nas ondas que arrastam os popopôs vindos da ilha de Cotijuba. Eles haviam de se encontrar, cheiros e mistérios trazidos da mata num pulado rápido do curupira, encantavam o caminho daquela infancia e, por entre as águas daquele canal, a vida vai pregar aos dois uma surpresa. O cenário foi a capital do estado, a Cidade das Mangueiras, nosso leque de estrelas, Belém do Pará. Ali, nas ruas, ainda sem asfalto, do bairro da cremação, via-se de um lado, a chuva, e de outro, os meninos aventureiros das piras e brincadeiras que faziam do bairro um lugar pra lá de feliz. Em dias de chuva, as ruas de piçarra viravam rios, moleques disputavam com os ratos a madeira que dava ao caminho seco. O canal transbordava e a meninada aproveitava pra testar a habilidade do nado: peito, braçada, borboleta. Águas escuras de esgoto que faziam a alegria das crianças que, com um remo improvisado, disputavam corrida de barco nas embarcações feitas de carcaças de geladeiras. Menino de sorriso largo, moleque sapeca que corria atrás de muçum na lama pra fazer medo pros menores. Menina breada com água da vala, saia com os folhos engatados na calcinha pra não atrapalhar a corrida nas cruzadas do taco na disputa de tacobol quando a bolinha acertava em cheio a garrafa de dois litros da coca cola jogada no canal e que, na chuva, vira brinquedo também. Os dois pulavam no rio que cobria a rua por cima da beirada que segurava o mato, quando a pequena bola da queimada, vinda numa velocidade feroz, jogada pelos moleques que jogavam cemitério do outro lado do canal, atingiu a marajoarinha em cheio... A menina tombou pro lado com a cabeça sem coordenação, num sinal de desmaio. Ele nadou feito boto, mas o rio tinha correnteza e aí, o menino-peixe, foi arrastado pelas águas feito cobra desenfreada, segurou na estaca da ponta da piçarreira, engatou os pés na porta de um freezer velho e direcionou a ela que vinha arrastada pelos sacos de lixo vindos pelo canal. O rio é rua também e ela caminhou pra sua salvação. Os dois chegaram à beira, quando, ainda criança, ousaram dividir aquele primeiro beijo...Beijo bom. Sabor de jambú misturado com pimenta de cheiro. LINDO!!!

LIBELULAZINHA...uma parceira da minha infância!



Recebi agorinha mesmo a visita ilustre de uma linda libélula que voou até o meu escritório onde estou postando as atualizações deste blog. A libelinha, ou libélula, é um inseto alado pertencente à sub-ordem Anisoptera. Como características distintivas contam-se o corpo fusiforme, com o abdómen muito alongado, olhos compostos e dois pares de asas semi-transparentes. As libelinhas são predadoras e alimentam-se de outros insetos, nomeadamente mosquitos e moscas. As libelinhas não têm a capacidade de picar, visto que as suas mandíbulas estão adaptadas à mastigação.
Bonitinhas. Elas me lembram da infância que tive. Eu morava no interior e por lá sempre aparecia uma libeluzinha desavisada que vinha voando se debatendo pela parede e fazendo aquele barulhinho característico. Perdida e completamente sem rumo. Eu era molequinha e adorava esses bichinhos, inclusive os soldadinhos, aqueles pretinhos que pegávamos e colecionávamos dentro de uma caixa de sapato, e quando via uma libélula daquelas de asas fortes e grandes, eu ia de mancinho agachada, pegava o insetinho pelas asinhas e corria no armário onde a mamãe guardava os trecos de corte e costura. Pegava um tubo de linha, engatava na “cauda” longa da libeluzinha e soltava ela pra voar amarrada na linha. Ela era meu papagaio e eu a empinava e às vezes até “discaía” a linha. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Quem um dia não fez isso?

1 de fevereiro de 2010

Dança Luziense - no ritmo e nas cores de Santa Luzia


No dia em que a nossa turma, lá da escola Florentina, criou a Dança Luziense, foi a professora Olímpia da Luz que nos deu a ideia de homenagear, com a roupa da dança, as cores do município – a nossa bandeira. Nós acatamos e fizemos um modelo a fim de destacar todas as cores presentes neste símbolo nas estampas e folhos da roupa. A professora Olímpia era quem aplicava a nota das apresentações na sua disciplina (Educação Física) - que valia 10 e, além disso, ela sempre era selecionada para o júri que decidia a premiação e, por isso, respeitávamos a sua opinião e devemos isso a ela. Se bem que devemos tanta coisa a essa mulher. Sua morte tão precoce deixou a gente de coração tão apertado. Mas isso é uma outra história, pois teremos um textinho inteirinho só pra ela, afinal, ela merece.

BANDEIRA LUZIENSE: Nosso símbolo, nosso orgulho!


A bandeira de Santa Luzia foi instituída nos anos 90 e é uma das centenas de projetos e desenhos que participaram de uma disputa da escolha para o símbolo municipal na cidade. Não lembro direito o ganhador, ou seja, o criador do desenho, mas recordo da época em que a disputa aconteceu valendo prêmios em dinheiro e que a concorrência foi acirrada. Sei que estudei o seu significado quando elaboramos o histórico da criação da Dança Luziense, já que a roupa dos integrantes era uma referência direta à simbologia da bandeira e do brasão. Faz tempo e eu lembro de poucas coisas, mas vou ao 47 e farei uma pesquisa por lá para informá-los melhor. Sei que, no concurso, as inscrições e aceitações para os desenhos participantes passaram por algumas normas específicas nas dimensões e proporções do seu desenho. Mesmo porque o seu formato foi estipulado num concurso entre cidadãos e estudantes da cidade, mas seguia algumas exigências pré-estabelecidas.
A Bandeira Luziense deveria ser hasteada de manhã e recolhida na parte da tarde, mas não tenho informações se isso realmente acontece. Assim como a bandeira brasileira, a nossa, deveria, obrigatoriamente ser hasteada em órgãos públicos (escolas, secretarias municipais e repartições públicas) em dias de festa ou de luto municipal, porém creio que nem nos edifícios do governo, ela tem sido hasteada todos os dias.Ela tem o formato retangular, com vários triângulos perpendiculares de cores diferentes (branco, azul, verde e vermelho) onde, na variante branca, fica afixado o brasão do lugar. As cores da bandeira não foram selecionadas aleatoriamente e, portanto, as cores têm um valor simbólico dado por seu idealizador. Sei que o verde, na nossa e na brasileira, é a representação das matas, aqui adaptadas pelo verde das fazendas que cercam o município, tanto que no brasão, é vista a ladeira do km 48 num sol poente cercada de um lado pela pecuária e de outro, pela agricultura, o agro negócio.
Bonita a bandeira de nossa cidade. Dia desses num domingo de Círio, vi um dos estudantes que levam a bandeira hasteada como símbolo de devoção à Virgem de Nazaré, com a nossa linda e brilhante se destacando por entre as demais dos municípios paraenses. Fiquei toda metida e orgulhosa. Nós existimos e estamos marcando presença. Que bom!

O PASSADO É UMA PARADA




E, por falar no Arraial da paróquia, vamos aproveitar para postar mais um daqueles textos super engraçados da postagem “Coisas que eu lembro”. Não sei se lembram mas a Festividade de São João, além das danças tradicionais, as quadrilhas e apresentações folclóricas, tinha na sua programação também a disputa acirrada entre a misses fazendeiras. Duas jovens ou adolescentes eram escolhidas para a venda de voto e o desfile na Barraca da Santa. As cartelas de votos, xerocadas pelos organizadores, eram distribuídas para cada um dos grupos que apoiavam uma ou outra miss na disputa entre os comerciantes e os fazendeiros e pecuaristas da região. Lembro que antes da apresentação das duas representantes de cada uma das vertentes econômicas de Santa Luzia, um leilão embalava a festança junina no lugar. Um jantar regado à galinha caipira e leitão assado entretinha o povo ansioso para o desfile, enquanto as felizardas passeavam pelo pátio da Barraca na tentativa de vender mais uns votos. A noite era também animada pela disputa desportista. Lembro porque mamãe participava ativamente desse processo. É que ela era a boleira da cidade e, nesse período, sempre, durante muito tempo, foi a encarregada pela confecção dos bolos que eram a sensação daquele leilão. Lembro como se fosse hoje, o dia em que as guloseimas seriam prontas. Dois bolos lindos: um do Paissandu e outro do Clube do Remo que era pra incentivar a disputa futebolística e angariar mais verbas para a paróquia. Torcedores de um lado, opositores de outro disputando centavo por centavo o preço daqueles bolos feitos em trigo Dona Benta, recheados com goiabada e confeitados com açúcar tingida de anelina da cor de cada clube. Nossa, naquela época era um luxo sair da Barraca de posse do bolo com o brasão de seu time. (KKKKKK). Lembro bem que o Ozório leiloava, a altíssimo custo, um dos doces e ainda oferecia, num gesto de homem rico e cheio de fama, o bolo leiloado para alguém de sua estima. O povo todo olhando morrendo de inveja. UMA PIADA. O passado, tenho dito, é uma parada!

Na foto, a Help, a Corrinha, minha irmã, no dia em que ganhou a disputa e foi coroada a Garota Fazendeira. (KKKKK) Ela vai me matr quando ver isso!

O PASSADO É UMA PARADA



Na página da postagem “Coisas que eu lembro” de hoje, falaremos do modismo que invadiu o 47 quando da explosão do grupo dos Menudos. O Menudo foi um fenômeno na America Latina; no Brasil, por exemplo, arrastou milhões de adolescentes de todas as classes sociais, que formavam milhares de fãs-clubes, numa extensão comparada apenas à beatlemania no mundo. O Menudo na década de 80 era o grupo musical de maior visibilidade na mídia brasileira, os garotos porto-riquenhos apareciam a maior parte do tempo em programas televisivos, de rádios, revistas, jornais, enfim toda a imprensa específica para celebridades estava voltada para aquele fenômeno artístico. Como esquecer o sucesso "Não se reprima", hit dos anos 80 nas vozes juvenis do grupo Menudo? Eu ainda me lembro a febre que era o estilo Menudista de ser dos praybois que ganhavam visibilidade em Santa Luzia. Os Menudos eram muito mais que um grupo de cantores, jovens que, numa ousadia jamais vista, conseguiam perfeitamente em gestos e coreografias paralisar e encantar a juventude daquela época. No 47, os meninos queriam ser os Menudos, os jovens de lá queriam parecer com os garotos porto-riquenhos, dançar como eles e, principalmente usar cabelos e roupas estilo pleybois. Na foto, o meu ex e atual cunhado, Alexandro, mais o seu amigo o Dandam, (KKKKK) num estilo anos 80 inesquecível e pra lá de engraçado. Eu lembro ainda dos garotos de blusas e calças num estilo New Kids Andeblok indo para a paquera nos dias de festa das Flores. UMA PIADA! Muito engraçado! O passado é realmente uma parada!

O QUE MUDOU ou PRECISA MUDAR EM SANTA LUZIA? A QUADRA JUNINA DA PARÓQUIA



Pipoca, mingau de milho, tiro ao alvo, bolo de fubá, pamonha e canjica, sorteio de brindes, boi bumbás, quadrilha, casamento na roça: era assim que nós comemorávamos o mês junino no 47. Eu era uma criança mas lembro muito bem, porque a quadra caipira da paróquia era sempre muito divertida. Na época, os padres Otacilho e Rafael, organizavam, junto com as irmãs Amélia e Bruna e as pastorais, os forrós de São João, num tempo em que a quadra da Barraca da Santa era um lugar sem igual. O lugar era todo enfeitado com bandeirinhas coloridas e correntinhas que fazíamos com folhas de catálogo da Avon e colávamos com goma dissolvida no fogo. Lembro que o trabalho era dado a nós nos sábados de catecismo no Salão Paroquial. As catequistas espalhavam a meninada, as bacias com as bandeirinhas e amarravam os fios de um lado para outro das grades para começarmos o serviço. Depois de prontos os enfeites, o Clube de Mães agia para a decoração da quadra que ficava linda e colorida. Saudades daquele tempo. A Jandira gritando pra sairmos da beirada da quadra onde ficávamos sentados no chão para não atrapalharmos as apresentações das danças. Lembro do leilão de frango assado. As piras que brincávamos num intervalo e outro das danças regionais. Quadrilhas vindas do interior, ônibus cheios de gente de outros lugares. Era tudo tão bom e divertido que só mesmo um coração cheio de saudade pode descrever. Não esqueço da apresentação da famosa Farinhada: “Tô tô tô tô na casa do forno preparando a tapioca, preparando a tapioca!”. Nossa...uma maravilha, muito engraçado a coreografia. Recordo também da encenação do BEM-TE-VI, a morte do pássaro, o canto, as histórias do bichinho, lembro que num desses anos a Thaisa era o bentivi, usava uma máscara feita de cabaça com bico feito artesanalmente e pintado com muito capricho, uma roupa que imitava as grandes asas do pássaro e um apito que soava o seu canto. Muito bonito! Inesquecível também era a apresentação da quadrilha maluca coreografada pelos meninos da Pastoral da Juventude, uma piada. A galera toda numa alegria só, homens de mulheres, mulheres de homens. Papéis e roupas trocadas. O momento mais esperado da quadra junina. O mês de junho na quadra da paróquia era uma tradição em Santa Luzia e que eu sinto muito em ter que finalizar esse texto informando que já não existe mais.

PERSONALIDADE LUZIENSE: EDSON MARTINS


Eu não sou tão idosa assim e, por isso, não vivi muitas histórias que só os meus irmãos mais velhos sabem contar. Me embriago nos dias de Natal quando a turma lá de casa está toda reunida e começa a narrar aquelas velhas piadas de infância. O tempo pra mim é desconhecido, mas os personagens, esses eu os conheço porque conviveram ali em casa com os meus irmãos e, por influência deles, nós os menores, fomos aprendendo a conhecer. A Eulália, o Nando, a Jesus, o Chico e a Luzia, sempre riem muito das prezepadas feitas na adolescência quando o 47 ainda era vila e pertencia ao município de Ourém. Ruas e ladeiras, lugares e acontecimentos que eu formato na cabeça ouvindo os blábláblás desses meus irmãos. Jovens que naquela época faziam do 47 um lugar de dar inveja às historias de Robinson Crusoé. Foi num desses dias que eu ouvi falar de um cara chamado Edson Martins, a nossa personalidade luziense de hoje. Minha irmã me contou que ele era um dos meninos mais cobiçados da cidade. A outra me disse que ele era um rapaz lindo, daqueles de tirar o fôlego e tem até aquela que afirmou que muitas moças sentiam inveja da Rosana por ela ter fisgado o formoso rapaz. O Nando, em visita à Belém, me confirmou que sem o Edson Martins, a cultura de Santa Luzia jamais seria a mesma. O Edson era um jovem atuante, um dos primeiros a se inscrever e a participar da Pastoral da Juventude no lugar. Atuante nos movimentos estudantis e religiosos. Organizou e fez acontecer o Show do Guri, um espetáculo que segundo os mais velhos, era o maior sucesso pelas bandas de lá. O rapaz, com sua astúcia, organizava e direcionava o evento, que mesmo pago, lotava o Salão Paroquial em dias de apresentação. Dizem até que a Corrinha, uma de minha irmã, fazia o maior sucesso com suas interpretações para as canções do Kid Abelha. Plateia lotada, meninada que conhecia a cultura ainda pequena. Os pais adoravam a ideia daquele jovem porque seus filhos não ficavam ociosos e ganhavam o direito de mostrar os seus dotes artísticos. Foi do Edson também a parceria com a pastoral para a encenação da Paixão e Morte de Cristo, peça que marcava a data da Páscoa em Santa Luzia. Teatro. Leitura. Cultura. Política! É, política. Não sabemos como, de que forma, os jovens daquela época, tão distantes dos acontecimentos do Governo Federal, conseguiram ser tão engajados politicamente. Parece até que eles nasciam pra isso. Eram autodidatas politicamente. INTELECTUAIS e politizados. Há pessoas que nascem, leêm e viram intelectuais, outras nascem intelectuais e leêm para manter a sua intelectualidade - o Edson Martins é uma dessas pessoas. Aluno como os demais de sua época, ele era apenas mais um daqueles que esperavam o ônibus na Br 316 pra ir ao E.O.B, a escola Professor Oliveira Brito, em Capanema. Mas um garoto à frente de daquele momento. Ele não viu de perto os desmandos dos coronéis nem o autoritarismos dos militares em 64, mas sofreu com os resquícios ideológicos que o período iria deixar. Segundo o próprio Edson, sua juventude conseguiu viver vário momentos da história brasileira sem perceber a influência que aquilo iria causar. Ele e seus amigos, mesmos a quilômetros de distância da capital brasileira, estavam muito perto do momento histórico que foi a Ditadura no Brasil. Assim que o Edson Martins, buscando nos documentos de Puebla, no livro de Jorge Boram, o livro Juventude o Grande Desafio, criou pra si uma ideologia formatada via Teologia da Libertação. E, assim, participou ativamente da Cruzadinha - um engodo no momento da Igreja católica fazendo ilação às Cruzadas. Mas como conhecer isso tudo num momento tão precário? Num período em que não se ouvia falar em computador, internet? O que dizer de um cara que, convivendo num lugar a 200 quilômetros da capital do estado e a 2000 quilômetros da capital do seu país, conseguiu ter e solidificar ideias tão politizadas? O Edson é admirável. Um daqueles guerrilheiros que nascem, sabe Deus porque, com cara e jeito de Che Guevara. Tem instinto de cubano, a la Fidel Castro. Fala como os atuantes na Guerrilha do Araguaia. Tem cabeça de jovens rebeldes. Ele viveu esses anos, os da REBELDIA, junto com o Tomé, o Zé Valmir, a Lúcia Machado e outros que nasceram para ser da esquerda, com mente de revolução, ideias de guerrilhas, sede de justiça, vontade de participação, engajamento e marcou a nossa história. Seu nome está nos contos, mitos e curiosidades desta pequena e, hoje, grande cidade. Casou-se com a Rosana, mulher que junto dele reescreveu a cultura luziense. O Edson, creio eu, é jovem de muitos conceitos, significados vindos das leituras que ele sempre buscou pra entender e participar da sua história. Das poucas lembranças que tenho dele, dos poucos momentos que consegui registrar desse cidadão, uma não me saiu da memória. Lembro de mim passando pelo corredor da pequena praça em frente à igreja, quando ela ainda tinha arquitetura antiga, os bancos de mármore, canteiros cheios de plantinhas mortas, o capim imitando a grama, o chão de cimento batido...Eu ia ao chamado do tradicional sino da Matriz, ele e suas três batidas avisando o horário da missa das crianças em sábados de catecismo...Eu me direcionava aos ensinamentos do Padre Rafael e enxergava o Edson sentado no banco frio e velho, de pernas cruzadas, de barba mal feita, com um folhetim em mãos, concentrado com a sua leitura, pose e jeito de Capitão Lamarca, sei lá, um cangaceiro, talvez. Ele lia “Caros Amigos”, um folhetim que chegava via correios entregue pelo Edi, ensacado com a inscrição do único luziense a fazer aquela assinatura, eu sei, pois ninguém lia aquilo, só ele. Eu ia pensando na cena e, já na igreja, enquanto eu ouvia os sermões do pároco, ele, do lado de fora, ria das charges do Pasquim, conhecia as críticas da política nacional, os desfechos dos pleitos estaduais e os ideais socialistas e comunistas. Ali, sem saber, o Edson marcou a minha memória. Tanto que quando eu vim estudar na capital, o professor de história, tão revolucionário quanto ele, nos incentivava a ler algo que prestasse. “Leiam Caros Amigos”, ele dizia. E eu, da carteira pensando...de onde o Edson ganhou esse gosto? Quem apresentou a ele essa cultura? Quem cultivou nele essa mentalidade? Ele não é formado e não cursou a universidade. Só hoje entendi que, como todo bravo guerrilheiro e intelectual, diploma mesmo, sei bem, nunca lhe fez falta - e não faz, pois, como eu já havia dito: uns estudam e ganham conhecimento, outros, nascem já conhecendo. O Edson é um desses caras. Eu o admiro por saber coisas que em cinco anos de faculdade, eu não soube aprender!

31 de janeiro de 2010

Nando Vieira....meu amigo, meu irmão!


Quem esteve por aqui na Capital hoje, foi o meu queridíssimo irmão, Nando Vieira, o vereador Nando. Encontrei com ele nessa manhã linda de domingo num almoço em família, na casa da Deusa. O vereador parece meio insatisfeito com alguns acontecimentos políticos e, penso eu, que os próximos meses prometem. Teremos surpresas. Mas...esse assunto, ele não me agrada. Conversamos muito sobre diversas coisas e o Nando me manteve informada sobre algumas decisões políticas e sociais que a Câmara está planejando para o futuro. O Nando é um cara de muita personalidade e de um caráter incrível, por isso sei que tomará as decisões certas no momento certo.

Fiquei feliz com a nossa conversa e cobrei dele o que aqui no blog andaram me cobrando: FISCALIZAÇÃO! Ele me prometeu que saberei boas notícias de sua atuação nos próximos meses.

Te amo muito, mano! Boa sorte!