25 de janeiro de 2010

ÁGUA PRA BEBER, ÁGUA PRA LAVAR A VIDA




Informações diretas vindas do 47 apontam a precariedade do sistema de abastecimento de água em Santa Luzia. A mamãe está por aqui e disse que as reclamações são gerais: “NÃO TEM ÁGUA NA CIDADE”. Tem gente injuriada com o prefeito, mas...Coloquemos os pingos nos is, o prefeito de fato não é o culpado da situação não. As pessoas às vezes querem achar um culpado e como não entendem muito do assunto, pregam o prefeito na cruz. A COSANPA, que é o órgão responsável pela distribuição e pelo tratamento da água no Pará e, claro, no município, a prefeitura pode intermediar as ações desse órgão mas não é a responsável direta por suas prioridades. Vamos combinar que, desde muito tempo, a água em Santa Luzia não é uma fartura. Banho de chuveiro, pelo menos pra mim, nunca foi uma realidade. É comum por lá o famoso banho de cuia. Lembro desde a minha infância os gritos da mamãe para que acordássemos para encher as vasilhas de água antes que ela acabasse. A situação está se agravando, eu sei, a escassez está pior e, como diz a Mariazinha, “o negócio tá pegando”. Mas a falta de água é um caos geral. Basta ler os jornais, assistir os televisivos e constatar que o problema é generalizado. Os lençóis freáticos estão cada vez mais secos e os problemas com o desmatamento e o aquecimento global estão interferindo diretamente na hidrografia do planeta. Não esqueceremos também do clima que hoje é uma loucura, enchentes de um lado, secas de outros, gente que morre afogada, gente que morre de sede, pessoas que morrem sem suportar o frio, outras que morrem sem chance diante do calor. O mundo virou uma panela de pressão. Mandamos construir um poço no quintal de casa, em Santa Luzia, onde a mamãe mora, fomos ver se o artesiano saía mais em conta e um especialista disse-nos que nem os artesianos estão alcançando os lençóis de tão baixos que eles estão. Mamãe mandou cavar um poço amazônico, desses antigos, da época d balde e do carritel, pra ver se resolvia a escassez e, por sorte, cinco metros cavados de profundidade, a água já estava brotando. O poço é um solução imediata para os que estão sofrendo com a situação em Santa Luzia e em outros lugares. Mas, nem todas as famílias têm condições de ter um, o custo está fora da realidade econômica da maioria da s famílias luzienses. Os gastos são grandes, pois além de cavar, tem que pôr alvenaria, bomba, encanação e caixa d’àgua. Por isso, a população clama por uma atitude urgentíssima e a prefeitura precisa intervir de uma forma ou de outra e isso eu concordo. Mas, é preciso cuidado. O problema é antigo e, sabemos, deve ser solucionado, porém devemos ter inteligência em distingui a quem cabe a competência de resolvê-lo, senão corremos o risco de cobrar a pessoa errada e assim, de nada adiantará. Não façamos como o Serra, o governador de São Paulo que, num desses deslizamentos de terra na megalópole, afirmou que a culpa era da Marta Suplicy, “O deslizamento aconteceu por incompetência da gestão anterior”, disse o governador, se referindo a sua opositora. Um absurdo. Bem falou o Gilberto Cassab, o prefeito da cidade: “A culpa é da chuva, choveu forte e o barranco caiu, o que poderíamos ter feito?”. Então, como diz a música, “Cada um no seu quadrado”!

Estarei no 47 este fim de semana e passarei lá na casa do Louro para saber quais os planos da prefeitura para que as coisas possam melhorar a respeito deste assunto. Quando voltar, dou o retorno. Valeu!

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