30 de julho de 2010

POLÍTICA SÓ AMANHÃ!


E depois de tanta briga e discussões políticas - discussões que cansam até a mim que escrevo para este blog – e tantas decepções quando debatemos o assunto, é bom lembrarmos que ainda existem sim alguns bons exemplos que é pra não perdermos a esperança e não deixar que "o tudo está perdido" invada o nosso peito de uma vez.

É essa a sensação que me ocorre sempre que eu escrevo sobre o assunto. Ir a Santa Luzia sempre me traz essa nostalgia, a conclusão de ter de aceitar que não há, ou não ouve nenhum político verdadeiramente digno de nos fazer o bem e nos doar a sua honestidade. Eu odiava política, tanto que o meu blog começou taxativo: “política só amanhã” e hoje a maior parte das nossas postagens é sobre esse tema. Não que eu queira, mas a cidade vive disso. A política é o assunto mais discutido nas rodadas e conversas do nosso município. Ninguém vai a um almoço na casa de um amigo se não pra falar disso. Ninguém pode sentar num banco da praça senão pra falar disso. Na igreja, agora, só se fala nisso e na internet é uma assertiva: POLÍTICA, política,política!

No domingo passado num churrasco que fui na casa do Jorginho a discussão estava tão acirrada que a mulherada toda pegou o seu banquinho e saiu de mansinho para a sala da residência. Eu fiquei pelo mesmo motivo que eu ainda insisto em escrever: A CERTEZA QUE OS BONS ARGUMENTOS PODEM MUDAR O QUADRO.

Evitar falar do assunto é pior. Pior porque muita gente fica sem posições e opiniões. Pior porque muitos dos indecisos votarão sem consciência. Pior porque se não falarmos, se não gritarmos, o voto comprado nunca vai ter um fim.

É preciso falar.É necessário esclarecer, por isso eu não tenho e nem posso ter um lado certo. Porque assim não consigo ser imparcial e acabo por influenciar as pessoas a acreditarem no que eu acredito e ai vai dá no mesmo: A FALTA DE DECISÃO PRÓPRIA! Que é um erro! Somos livres e por isso deveríamos ter nosso direito de escolha respeitado mas o nosso cordão umbilical já vem impregnado desse gen maldito.

Em Santa Luzia, as pessoas nascem numa família e antes de ganhar um nome, ganham um partido. Se aqueles como eu resolvem negar essa ideia é tido como Judas, traidor. Quem é do PT é cego e não admite os erros cometidos. Quem é do PR, PSDB ou DEM é igualmente caolho.

Por isso a política dá intriga. Por isso a minha briga com o Jorginho que insiste em dizer que Santa Luzia é bipartidária e que nenhuma outra influência poderá colher frutos na cidade.Um terceiro grupo é sonho utópico dizem muitos - e ele. Mas por quê? Por que não pode surgir pra nós uma outra opção? Por que nascemos subjulgados a esse duelo, a esse diálogo que não nos deixa uma múltipla escolha?

E quando surge, a história me prova que o Jorginho está certo. Quantas vezes eu não ouvi de amigos que votariam num ou noutro pela falta de opção. FALTA DE OPÇÃO? Um absurdo. Santa Luzia já teve uma terceira chapa e o povo renegou. Quando o Edno foi vice na chapa do Nando num acordo histórico, independente e, creio eu honesto, os dois tiveram pouco mais de 500 votos. Isso prova que as urnas indicaram outros caminhos mas a população só entra no jogo quando ele é bipartidário.

Os eleitores não levantam outra bandeira senão aquelas que tenham o vermelho e o azul. É, Jorginho, você está certo, amigo - e mais uma vez. E o bom de ter que discutir contigo é que eu sei que não ganharei um inimigo. Não aceito muitas das tuas decisões e continuo entrando na tua casa, mas em Santa Luzia nem sempre é assim. A dona política em anos tem deixado um rastro de desavenças e rancores que a história não é capaz de descrever porque é objetiva demais.

O Jorginho que muitas vezes eu vi levantar o bastão vermelho hoje é opositor ferrenho do PT. O Dinho que tantas vezes eu vi cantar a canção da Fafá nas campanhas com o coração em forma de treze hoje nos emociona com sua frustrante decepção, eu que na política fui mais PT que Brasil em dia de Copa, nem sei mais o que fazer e tantos outros decepcionados, chorosos, entristecidos com os seus sonhos...E MUITOS que nem sabem mais no que acreditar.

É tão estressante e decepcionante falar de política na minha cidade que a gente já até entregou pra Deus. Talvez por isso, o terceiro grupo poderá sair de lá, de dentro da Matriz. É a mamãe quem sempre repete: “Só mesmo um padre pra mudar essa história!”. Será? Sei não. Só sei que de tudo o que eu conheço, vejo e ouço, já temos um prefeito ideal, mas ele, por enquanto, se satisfaz em servir hóstias em cima de um altar.

Deus nos abençoe!

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