21 de abril de 2010

GENTE QUE FAZ FALTA: CÉCEU


E por falar em perdão, faz cinco anos neste datado de 2010 que nós não perdoamos a morte por ela ter tirado de nós o amigo e ex-vereador Céceu. A vida não sabemos porquê nos prega cada peça. É como o Renato Russo um dia cantou “É tão estranho, os bons morrem antes!”. Ninguém conseguiu ser, na política, na vida, na conversa, na personalidade, no cotidiano, tão igual como ele foi. O Céceu tinha um jeito de ser que ele aprendeu consigo mesmo por isso talvez foi fenômeno nas urnas, nas caminhadas esteve sempre junto de muita gente. Era um político popular, um pai exemplar, um marido que deixou a desejar, mas amou. Amou a vida simples que levava. Amou ser o que foi por ali. Não era rico, não era pobre, era o Céceu. Cumprimentava os de vermelho, abraçava os de azul, sorria aos amarelos e adorava gente, gente de todas as espécies. Ele era um amador das companhias, passava pela praça e cumprimentava todo mundo. Beijava as meninas, pagava lanche pra galera e sorria com aquele ar sem graça e meio sínico que só ela tinha. Faz falta o Céceu. Faz falta porque seus sonhos eram o sonho de muitos que permaneceram. Faz falta porque muita gente que acreditou na vida não aceitou a sua morte e o enterro de muitos de seus planos. Audacioso, inteligente, popular. O Céceu um tempo desses me fez chorar. Lembrei das caronas que ele me oferecia quando eu ia visitar o terreno do papai lá no Peritoró, eu entrava no carro do vereador que tinha cara de pião de fazenda e ele me sorria dizendo: “Teu lugar não é aqui, teus irmãos se formaram todos, busque o seu sucesso também, faça por onde melhorar, Santa Luzia é pequena demais para quem sonha alto e você não tem cara de quem se contenta com uma lanchonete pequenina no canto da Praça!”. Ele esteve numa dessas festas de aniversário que nós comemorávamos lá em casa e recebeu um caderninho para me dedicar uma folha de escritos seus que eu tenho até hoje. Ele me pediu a caneta e escreveu meio sem graça: “Me empresta o teu sorriso, Junia, que eu nunca mais perco uma eleição em Santa Luzia!”. Eu ri quando li e rio até hoje quando vejo, só que agora, a dor de sua perda já não deixa o sorriso sair como antes. O Céceu foi meu amigo e foi amigo também de muita gente que acreditou na sua honestidade e que sente falta de políticos como ele, um vereador de todos, sem cor, nem partido, sem legenda ou palanque: O CÉCEU foi um exemplo, pena que, como diz o Renato, “OS BONS MORREM ANTES!”.

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