14 de maio de 2010

PERSONALIDADE LUZIENSE: MEIRE


Fico sempre muito emocionada quando falo as pessoas que conviveram comigo os anos todos que morei no 47. Gente que nunca deixou de ser importante dentro das suas peculiaridades...Amigos pessoas e outros de rua, de igreja, de escola que deixaram rastros potentes em mim...Pessoas que são importantes não pelo simples fato de morarem no mesmo lugar que eu, mas por terem dividido comigo grandes e inesquecíveis momentos. Por isso essa emoção toda quando escrevo sobre AS PERSONALIDADES LUZIENSES. Por isso as palavras me faltam agora na narrativa de uma das pessoas que mais marcou a minha, a nossa vida: A MEIRE!

A Meire é uma das personagens mais importantes do nosso cenário dos contos de fada. É a nossa amiga invisível que vemos. É o nosso brinquedo que fala – a nossa EMÍLIA! Boneca de pano, cheia de caras e bocas, lotada de sorrisos e histórias, abarrotada de fábulas ficcionais. A Meire é a nossa Sinhinho, vive conosco nessa Terra do Nunca, voa com a gente nas asas da imaginação. Gosto dela. E não só eu. A Thaisa me pediu dias a fio para escrever este texto, o Celso vai se emocionar quando ler o que estou escrevendo, o Edinaldo vai relembrar de muita coisa, a Cassiana vai dá muitas risadas e eu estou feliz pela oportunidade de poder eternizar em nós essa pessoas que é parte do histórico de nossa cidade.

Costumo dizer que o que marca em nós de uma pessoa é o que ela vai representar em nossas vidas e a Maire, naquele jeito engraçado de andar batendo as pernas uma na outra, aquele jeito de falar cuspindo na gente e aquela mania de pronunciar as palavras trocando as letras: “Ei, Andreliza, me dá uma ôpa (roupa)”. “Thaisa, não gosto de comer arroz banco (branco)”. “Junia, ficou bacana essa ôpa peta em ti!” (KKKKKK). Como esquecer um negócio desses?!!! “Aquele menino é fesco!”. “Tu é doda é?!!!”. A gente faltava morrer de rir dela quando éramos surpreendidos por sua presença sempre muito bem vinda e desejada, seu humor sempre pra cima e suas histórias pra lá de engraçadas. Encontrei com ela no Clube da Piscina e ela me chamou pelo nome, me reconheceu e eu fiquei feliz: “Isso é tu é, Junia??!!”. Fiquei ali com ela, conversamos, dei muitas risadas e ela até quebrou minha câmera fotográfica porque foi me abraçar e derrubou o objeto... Eu nem me importei. Gosto dela. É uma pessoa que faz parte da minha história! Da nossa. Tanto que a Norinha comentou ter ficado feliz em ver a foto dela aqui no blog.

“Mas ela é uma LOUCA”, dirão. Não é assim que a gente ver, não assim que o nosso coração enxerga. É uma pessoa, com suas dificuldades, seus problemas, mas seu lado bom: aquele que nos alegra, nos fez e nos faz feliz. Uma louca não seria capaz de amar como ela ama.

Lembro do dia em que a cidade paralisou total porque Deus, sabe-se lá por que, pôs a Meira no matagal por detrás da rua da Florentina e deu a ela a chance única de salvar a vida de uma criança. Lembram? Uma história que ficou na minha cabeça. Como uma louca poderia ter noção daquela criança ali abandonada à sorte? Como uma doida teria certeza que deveria fazer algo para salvá-la?

Deus pôs a Meire ali porque assim como nós sente e sabe que é alguém muito especial. ESPECIAL em todos os sentidos! Foi vagando que ela resgatou a vida daquele bebê, foi sumindo de casa que voltou com uma outra vida dentro de seu ventre, foi andando que fez a gente mais feliz. Assim que ela encheu o nosso sorriso de alegria e a vida da gente de felicidade. Por isso é a NOSSA PERSONALIDADE DE HOJE! A Meire doida. A Meire doida? Sei não. Doido não teria a sensibilidade de chorar e se desesperar quando teve a garotinha arrancada do seu colo. Doido não nos reconhece depois de longos anos longe. Doido não nos dá o abraço e não nos oferece o que ela me ofereceu naquela noite. Foi minha amiga me reconhecendo e eu estou provando que sou dela também tornando sua memória viva dentro de cada um de nós. TE AMAMOS, Meire!!!! Bom te ter conosco nessas idas e vindas à Praça da Matriz, nas incontáveis festas que ao te ver dançando morremos de dar risadas. Fizeste história, cativaste a gente, estás no blog, foste para o mundo!

Um comentário:

Thaisa disse...

A meire...apaixonada pelo "CESSO" e pelo "DINADO", assim q ela falava.
Ela morria de vergonha q todo os dias comia ovo e o Celso encarnava tanto nela (kkkk). Ela dizia: EU NÃO GOSTO DE OVO BANCOOOO