18 de junho de 2010

SHALON PRA VOCÊ, MEU IRMÃO!!!

Cheguei em casa ainda apouco e dei uma espiadinha no blog do Rey. Li e vi sobre a caminhada em prol da paz.


Fiquei me perguntando, “Quem diria uma passeata assim no 47?” Para mim que vivi por lá nos melhores anos quando a inocência das boas amizades não era violada pela maledicência da banalização sexual. Sou daquele tempo em que ainda conseguíamos confira em deixar a porta aberta, o carro ligado na porta do vizinho...Sou de uma época em que emprestar dinheiro não dava em processo porque palavra de amigo era palavra de homem com caráter.

A gente sempre ouvia falar em paz e confirmava a sua existência quando ainda podíamos escutar o som dos pássaros, a ausência de tiros, a vizinhança entrando sem bater. Surra só de mãe – ou de pai, mas só em ultima opção! Porrada só a da palmatória quando errávamos a tabuada. Violência na escola era inaceitável e nós nem tentávamos porque respeitávamos os professores como aos nossos pais! Violência mesmo só nas brigas entre os moleques. Não ouvi falar em roubos a mãe armada, nunca fui abordada por assassinos ou estupradores, nunca tive medo de atravessar a rua no escuro, ia e voltava pra casa sozinha e confiava no vizinho, no amigo, no parceiro!
Certo que os tempos mudaram e a violência se alastrou por todas as ruas e adentrou como um câncer as nossas casas. Vou de carro ao 47 e já sinto medo de deixá-lo na frente de casa. Saiu para as farras e tenho medo de deixar a mamãe sozinha, não deixamos mais a porta encostada como antes e até o peru da ceia de Natal um dia roubaram da nossa mesa! UM ABSURDO!

Vou à Santa Luzia e ouço falar em droga, tráfico de pó, usuários de maconha, quadrilha, assaltos, seqüestros, mortes, vingança...


Olhei as fotos da caminhada e vi as pessoas de branco rezando pela paz. Pedindo tranqüilidade. Rogando por calmaria! Tanta coisa mudou na minha cidade!
É bom lembra a todos que a paz não se faz apenas diminuindo os índices de violência física não. Em Santa Luzia existem outros tipos de violência que às vezes nem percebemos: a interrupção da liberdade entre os casais, o cárcere privado ao qual muitas mulheres casadas são submetidas, a violência doméstica que causa cicatrizes profundas geradas pela covardia do machismo de muitos homens ainda enraizados no paternalismo, a violência psicológica que causa dor, a ameaça da perda do emprego por questões partidárias, a brutalidade de se exigir um lado para os amigos e parceiros, a ameaça da perda de cargos e salários...tanta coisa que precisa melhorar em nossa cidade e que muita gente nem percebe que é uma das formas de concretização da violência!

A violência não é só aquela que deixa marcas externas não. Violentar não significa apenas subtrair do outro os seus pertences ou isentá-lo de seus direitos: ABUSO DE PODER É UMA FORMA DE VIOLAÇÃO DA PAZ TAMBÉM!

Pensem nisso...

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