1 de setembro de 2010

PRECONCEITUOSA, EU?

Cheguei há pouco às páginas deste blog e vi que as repercussões sobre o meu depoimento acerca da decisão precipitada de ser fazer em Santa Luzia uma PARADA LGBT, foram as mais polêmicas possíveis. Parecidas com as dos comentários quando como eu faço postagens sobre o deputado Adamor.

Engraçado. As pessoas polemizam tudo, não se obrigam e se sentem ofendidas por uma posição ideológica que é minha e tudo o que eu escrevi, ainda é o que eu penso.

Não sou muito de me influenciar pelo calor das horas. Gosto do debate, do bom debate e apoio a democracia – em todas as suas formas, assim como o direito e o livre arbítrio que temos em ser o que bem entendemos. Agora está parecendo que eu sou contra a passeata que pede e exige direito e respeito a uma minoria da qual e faço parte.PARADOXAL ISSO, NÃO?!

Logo eu que encarei as coisas de frente, que não uso máscaras, que me faço visível, que vou para o rojão no fronte do batalhão? Há algo de muito insensato nas palavras daqueles que não souberam interpretar com profundidade a razão de meus pensamentos. Isso só prova que eu já penso:o assunto é sério e merece cuidado na hora de ser discutido. Sou gay mas sou contra a todo e qualquer tipo de exposição vã! Casei com a May e sou contra indiscutivelmente a toda e qualquer espécie de preconceito – não só o sexual, mas o racial, o religioso, o social...Não tenho medo de dizer o que penso, tenho medo da atitude do outro que por vias de violência e homofobia pode acabar com o sonho de muitos: o de ser feliz. Ser feliz independente da escolha, da pessoa com quem se vive, do relacionamento que se constituiu. Ser feliz, ter uma família, homo, hetero, bi, trans...Pouco Importa! Sou a favor do amor. Por isso peço cuidado, para que não transformem esse bem maior numa bandeira que colore uma grande festa atrás de um gigantesco trio mas que no soar da campainha e perseguido antes que o sol volte a nascer. Quantos de nós não foram espancados, estuprados, destroçados, agredidos de bandeira na mão?quantos em são Paulo pararam o transito, reuniram outros milhões e foram atingidos por garrafas, tiros, socos, pontapés...A VIOLÊNCIA?

Também concordo que nunca é tarde ou cedo para discutir o assunto, mas penso que em certas situações aqueles que nos escutam não estão preparados para nos ouvir. É o caso de Santa Luzia.falar sobre homossexualidade é como discutir política aí nessa cidade, sempre dá em bate boca. “Ah, mas nós já tivemos um carnaval onde os meninos se vestiam de mulher e nada aconteceu”, dirão alguns...Pois é mas eu não estou falando de fantasias. Estamos falando de gente real. De gay e lésbicas de verdade. Gente que vai passar pelas ruas no outro dia e será estereotipada pelo machismo ignorante daqueles que pela moral, religiosa ou familiar, foram educadas a entender que o normal é o homem casar com a mulher e que esse bando de bichinhas são um monte de viadinhos cheios de purpurinas e que usam salto altos. A Realidade, gente, nua e crua não é igual às cenas de novelas onde a gente se comove com um beijo que a globo nunca deixa chegar ao público e que por isso a gente nunca viu. Nas novelas o amor entre dois homens comove, mas na vida real as cabeças pensam de outra forma tanto que o Serginho e a Morango foram embora da casa mais vigiada do pais e o grande premio foi para o Dourado que foi, na historia da TV brasileira , o personagem da vida real mais homofóbico de que temos noticia. O povo deu o premio ao Dourado, louvor as suas atitudes, aplaudiu o seu preconceito e o coroou como ídolo, campeão.

É só isso! É só nisso que quero que pensem.O movimento é legal, ele tem que acontecer para quebrar tabus, reafirmar a cidadania e garantir a paz, mas com cautela como aliás, como deve ser feito nas grandes e mais importantes discussões.

Parabéns ao coloridos, coragem aos encubados e paciência aos preconceituosos!

Valeu, Helon! Estarei por ai, conte comigo!

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