1 de junho de 2010

Parabéns, Edinaldo!!!

Dia 07 de junho próximo é o aniversário do meu amigo Edinaldo Lucena e eu não poderia deixar passar em branco essa data. Não pela comemoração de seu nascimento mas pelo orgulho que sinto em ser, desde muito tempo, sua amiga particular.


“Eu poderia ser tudo: poderia pagar uma universidade, cursar a profissão que quisesse, mas nada me dá mais prazer que ser empreendedor” – foi essa a maior lição que o meu pai deixou em mim.

Nunca escondi o meu amor por ele e confesso que quando preciso escrever algo sobre sua pessoa me sinto feliz e emocionada. Poucos em Santa Luzia têm as mesmas sensações em descrever o Edinaldo como eu. Poucas são as pessoas que conviveram com ele e que hoje enxergam emocionadas o seu crescimento. O Edinaldo cresceu, apesar de ser um eterno menino.

Não nos víamos há muito tempo até nos reencontramos dia desses numa de minhas passagens em Santa Luzia. Ainda lembro cheia de muito carinho o abraço que ele me deu, me ofereceu seu tempo e me dedicou palavras que só eu e ele sabemos de que forma foram ditas. Nos olhamos por entre desconfianças e sorrimos quando percebemos que tudo em nós havia mudado. O Edinaldo não é mais o mesmo e eu me sinto feliz por isso. Não que ele fosse uma má pessoa porque sempre foi um menino esforçado e sabido, um adolescente engraçado e decidido, um jovem batalhador e cheio de objetivos.

Hoje, adulto, é um pai atuante, um marido compreensivo, um filho exemplar, um irmão compreensivo e um empresário de sucesso. Desde aqueles tempos de coroação quando ele e o Celso dividiam o altar com o padre Rafael ou Otacilho, o meu amigo, aquele coroinha sem jeito e desengonçado, já dava sinais de que seria muito maior. Desde aqueles tempos de Florentina Damasceno, aquele estudante sapeca, aquele menino levado, já mostrava a nós para quê veio. Colava nas provas, dava trabalho às professoras mas era inteligente, fazia bonito no boletim.

O Edinaldo tinha um papo de derrubar leão, convencia pelas palavras, pela argumentação. Há muito eu já sabia que a nossa geração daria bons frutos, tivemos muitos amigos que desejavam acima de tudo ser gente na vida e o Edinaldo, em particular, quis muito mais do que qualquer um de nós, mas, afobado do jeito que era, escolheu o caminho mais difícil.

Tivemos a mesma infância: a Thaisa no açougue do pai, eu na taberna do meu, o Celso na lida com o peixe salgado e o Edinaldo na lida com as famosas coxinhas. Seu trabalho tão ingênuo foi o primeiro passo para que hoje ele se tornasse o empresário que é: da coxinha de frango, passou para os lençóis da Teka que lhe rendiam um dinheirinho extra e lhe fizeram sonhar em ter e querer mais.

Tivemos a mesma adolescência ali nas pequenas salas arejadas pelos ventiladores de teto da escola pública, mas a juventude traçou planos diferentes pra todos nós. Viemos para a capital e o Edinaldo não deu certo aqui porque o nosso destino em Belém era os estudos e ele, confesso, nuca foi apaixonado pelas fórmulas e literaturas. Era inteligente mas nunca foi estudioso, queria crescer na vida, tinha sonhos maiores que os nossos, mas, repito, escolheu o caminho mais difícil: o trabalho precoce. E enquanto os nossos estudavam nas salas de cursinhos aqui na capital, ele vislumbrava ser rico seguindo o bonde para o Maranhão onde o tio era prefeito. E enquanto a gente suava nas apostilas, ele gastava o dinheiro da inscrição do vestibular em calças de marcas. Era um menino pobre e enjoado, gostava da boa pinta, queria aparecer, era malandro no papo, mas não soube ser bandido nos atos e decidiu trabalhar. E enquanto a gente raspava a cabeça de uns aqui no listão, ele pegava no pesado a fim de mostrar ao tio rico que era competente.

Passamos, formamos e ele ganhou mais dinheiro que nós. Estudamos, batalhamos um emprego e ele construiu o seu pequeno império. QUEM DE NÓS É O MELHOR? Nenhum, mas ele provou que era predestinado ao comércio. O estudo não enchia os olhos daquele menino que com sua vasilha de alumínio convencia o freguês de que o produto vendido por ele era o melhor. E da coxinha, ele convenceu com o arroz - 100.000 mil fardos por mês é a sua meta. E conquistou amigos, conquistou o amor, fez família, ganhou da vida, driblou o destino, mereceu o respeito e encasquetou que quer ser político na cidade onde nasceu. Fez de sua meta um sonho. SERÁ?

Esse menino pobre já chamava a atençaõ, IMAGINA AGORA QUE É RICO!!!!

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