Pipoca, mingau de milho, tiro ao alvo, bolo de fubá, pamonha e canjica, sorteio de brindes, boi bumbás, quadrilha, casamento na roça: era assim que nós comemorávamos o mês junino no 47. Eu era uma criança mas lembro muito bem, porque a quadra caipira da paróquia era sempre muito divertida. Na época, os padres Otacilho e Rafael, organizavam, junto com as irmãs Amélia e Bruna e as pastorais, os forrós de São João, num tempo em que a quadra da Barraca da Santa era um lugar sem igual. O lugar era todo enfeitado com bandeirinhas coloridas e correntinhas que fazíamos com folhas de catálogo da Avon e colávamos com goma dissolvida no fogo. Lembro que o trabalho era dado a nós nos sábados de catecismo no Salão Paroquial. As catequistas espalhavam a meninada, as bacias com as bandeirinhas e amarravam os fios de um lado para outro das grades para começarmos o serviço. Depois de prontos os enfeites, o Clube de Mães agia para a decoração da quadra que ficava linda e colorida. Saudades daquele tempo. A Jandira gritando pra sairmos da beirada da quadra onde ficávamos sentados no chão para não atrapalharmos as apresentações das danças. Lembro do leilão de frango assado. As piras que brincávamos num intervalo e outro das danças regionais. Quadrilhas vindas do interior, ônibus cheios de gente de outros lugares. Era tudo tão bom e divertido que só mesmo um coração cheio de saudade pode descrever. Não esqueço da apresentação da famosa Farinhada: “Tô tô tô tô na casa do forno preparando a tapioca, preparando a tapioca!”. Nossa...uma maravilha, muito engraçado a coreografia. Recordo também da encenação do BEM-TE-VI, a morte do pássaro, o canto, as histórias do bichinho, lembro que num desses anos a Thaisa era o bentivi, usava uma máscara feita de cabaça com bico feito artesanalmente e pintado com muito capricho, uma roupa que imitava as grandes asas do pássaro e um apito que soava o seu canto. Muito bonito! Inesquecível também era a apresentação da quadrilha maluca coreografada pelos meninos da Pastoral da Juventude, uma piada. A galera toda numa alegria só, homens de mulheres, mulheres de homens. Papéis e roupas trocadas. O momento mais esperado da quadra junina. O mês de junho na quadra da paróquia era uma tradição em Santa Luzia e que eu sinto muito em ter que finalizar esse texto informando que já não existe mais.
Um comentário:
égua da memória....kkkk
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