3 de março de 2010
O QUE MUDOU E O QUE PRECISA MUDAR EM SANTA LUZIA? O DESFILE DE SETE DE SETEMBRO
Sete de setembro chegando, meninada animada para o dia do desfile em honra à pátria. Lembro da felicidade que nos invadia ainda nos ensaios das marchas teatralizadas por centenas de estudantes ao som dos tambores e trombones da banda escolar. Participar do desfile da Semana da Pátria era um orgulho para aquelas meninas e meninos que viviam ali nos bairros miúdos da cidadezinha de Santa Luzia. Não havia nenhum menino daqueles que não sonhava em sair no pilotão do exército. Não havia nenhuma menina naquele lugar que não sonhava em ser enfermeira no pilotão da saúde. E não houve um estudante no 47 que não desejasse tocar na banda da escola. Nossa! Participar da banda era um realização indescritível, podia ser em qualquer objeto sonoro, não importava, até nos pratos a gente já ficava maravilhado! O desfile da pátria era visto aos olhos do povo inteiro, o prefeito da cidade estava por lá, as autoridades policiais, os secretários, alguns deputados, personalidades da política e da economia do lugar, além da plateia de pais que era inflamada pelo orgulho de ter o filho ali na avenida Castelo Branco desfilando pelo Brasil, as suas cores, a sua bandeira, o seu uniforme.
Nós íamos pelo Brasil mas o orgulho era florentino. Nos orgulhávamos de vestir aquela roupa branca com detalhes azuis e o brasão do estado. Naquele tempo a galera tinha orgulho de estudar na escola pública e quando a escola pública era a Florentina, então, o nosso orgulho triplicava. A cidade comemorava as datas cívicas e nós tínhamos muitos outros motivos pra estar ali. Os amigos, os ensaios, os pais, a cidade. O desfile era cercado de muitos curiosos e as faixas escritas em tecidos separavam os pilotões e a banda dos participantes. Íamos em direção ao palanque para as homenagens e os discursos, passávamos um tempão ali ouvindo os políticos e representantes da cidade ao microfone para a hora do Hino Nacional, o ápice da festa cível comemorada em setembro – independência do Brasil.
Infelizmente, o tempo fez a gente ver o acontecimento de uma outra forma. A própria história tratou de retificar aquela simbologia. Os intelectuais disseram que não éramos tão independentes assim, e para nós que morávamos no 47 e nem municipalizados ainda havíamos sido, a dependência parecia mais que nunca um fato real. A cidade mudou a formatação das comemorações à pátria e passou a comemorar apenas com jogos olímpicos e o desfile que era uma de nossas tradições deixou de existir e o 47 que já não era assim tão movimentado nesse mês, passou a sentir na pele a falta da marcha escolar. Hoje...Bom, hoje, sem comentários!
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