31 de março de 2010

Luziense na capital é sinônimo de competência indiscutível!


Estive ontem em visita à Assembleia Legislativa do Estado. Eu havia marcado com o Adamor uma visita para conhecer o seu ambiente de trabalho, a parceria com os colegas, seus anseios e desejos, a carreira política. É a primeira vez que adentro os corredores do prédio do legislativo e confesso que a vida lá dentro me causou surpresas. Falar com o Deputado Adamor teve pra mim a mesma sensação que esperar a vez no amigo invisível, minha brincadeira predileta quando criança. Ali, nas confraternizações do fim de ano, você deseja que o amigo desconhecido seja uma pessoa bacana e que te traga um lindo presente: é invisível o nome do felizardo mas não deixa de ser um amigo. Foi assim comigo. Sai de casa a procura de conhecer um amigo, mas que depois de tantas idas e vindas me pareceu mesmo indecifrável. Ele é de Santa Luzia, nasceu e cresceu nas mesmas ruas que eu, mas eu não o conhecia, não assim, tão de perto. E como todo o primeiro real encontro, eu criei as minhas expectativas: É como se eu estivesse sentada no banquinho da casa onde acontecerá a festinha enquanto, tão nervoso como eu, alguém se desvendasse para um amigo querido que até então o aguardava nos batimentos desregrados causados pela ansiedade em conhecê-lo. “O meu amigo invisível tem cabelos pretos, pele morena, olhos profundos, sorriso gostoso, usa óculos em armação cor de ouro, um terno bem talhado e uma gravata num nó bem dado”. Subi as escadarias pausando os degraus como quem espera que o que virá naquela caixinha com fitas e laços seja algo de muito, mais muito espetacular. E veio. E foi. IMPRESSIONANTE!


Deputado Adamor Aires (PR/PA), luziense de sucesso na política paraense

Fui atrás do Deputado Adamor Aires e dei de cara com o Adamor me sorrindo numa felicidade por eu estar ali. Quis encontrar o presidente da CCJ, a Comissão de Justiça da Assembleia e me deparei com o pai do André e do Gabriel , o marido da Irene. Marquei com o segundo secretário da mesa diretora da ALEPA e quem me atendeu foi o filho do seu Ademir, o preferido de dona Mena. Queria entrevistar um dos relatores da CPI da Pedofilia e quem me falou foi o irmão do Mico, da Boneca, do Baby, da Mide, da Minie. A surpresa me veio e, como num segundo encontro depois do primeiro beijo, todas as expectativas foram rompidas dando espaço para uma infinidades de outras questões subjetivas. Me deu raiva vê-lo daquele jeito tão doce, humilde e irmão. Me causou angústia enxergá-lo tão nu, tão luziense. “Ele não é o que dizem!”. “Cadê a sua arrogância tão falada?”. “Onde será que ele pôs a sua onipotência de homem indestrutível?”. “Por onde diabos se escondeu o político sarcástico e poderoso do qual todos me falavam?”


Em seu gabinete fazendo atendimento aos eleitores

Desse encontro de hoje, ficou em mim a sensação de que o meu amigo invisível é invisível de tão transparente que é. Permita-me, excelência, que eu diga que adorei conhecê-lo sem máscaras. Foi bom aquele abraço que me provou o calor de vossa senhoria em ser gente. Dá-me permissão em dizer a todos que nem seus óculos me impediram de te ver assim tão Adamor, tão luziense, tão meu amigo.


O Deputado abrindo a sessão extraordinária de número 20, no primeiro período

Cheguei à ALEPA às 9 da manhã e já havia alguém a minha espera, sua assessoria me aguardava e me chamava pelo nome. Ele fez questão que as pessoas soubessem quem eu era. Dentro do gabinete, enquanto aguardava a sua ordem para o encontro, li no rosto de uma senhora grávida que o esperava também a angústia em talvez não encontrá-lo. “Ele demora mas chega, dona, pode esperar!”, disse a moça na fila de espera também. “Sei disso, o deputado Adamor é um dos poucos que ainda aparecem por aqui!”. Tão cedo e a senha de filas já era enorme. Ser político tem dessas coisas.
Eu degustava o café preto quando ouvi no sistema de áudio do prédio a voz dele que vinha até a nós num desejo de bom dia aos trabalhadores e deputados já presentes no plenário. Desci até lá e peguei o momento exato em que o deputado luziense abria a sessão extraordinária daquele dia. Cortesias e protocolos à parte, ele registrou aos presentes a minha visita: “Antes de qualquer discussão, quero informá-los da presença da professora Joana Vieira, ela que além de exercer a licenciatura, é escritora e blogueira, e para mim é tão somente a Junia, a minha amiga Junia que viveu parte da minha infância comigo!”. Fiquei ali parada observando-o quebrando as regras da casa. O Adamor é o Segundo Secretário da Assembleia e, na ausência do presidente e do primeiro secretário, é o responsável pelas burocracias da mesa.


Adamor em exercício na presidência da Assembleia Legislativa

Esteve ali no seu posto comandando os trabalhos até o deputado Domingos Juvenil chegar e tomar de si a responsabilidade. Vi quando a cadeira foi dada ao presidente da mesa e ouvi quando, em suas palavras, ele fez questão de mencionar novamente a minha presença. Interrompeu as falas e os protocolos para se referir a minha pessoa: “É com felicidade que esta casa recebe a professora Joana, a Junia, amiga do deputado Adamor, fique a vontade, professora. Que seu trabalho possa engrandecer a sua e história e a caminhada desse nosso amigo, que é leal e justo!”. Nossa mãe, por que não gravei isso?


Adamor e o Presidente da Assembleia, o deputado Domingos Juvenil, eleito com o apoio direto do G8, o primeiro grupo peluripartidário que foi idealizado estrategicamente por esse luziense e outros parlamentares que se sentiam "isolados" das decisões da ALEPA.

Passei quatro horas ali ouvindo e vendo as discussões dos 28 parlamentares presentes àquela sessão. Conferi no painel eletrônico as votações e vibrei quando o deputado Adamor protocolou um Projeto de Lei em minha homenagem pedindo ao executivo, através do legislativo, que o Círio de Santa Luzia fosse considerado, nos termos da lei, com o Patrimônio Cultural e Imaterial do estado. Ele fez a exposição do projeto, protocolou e me ofereceu a cópia do documento. Fiquei feliz quando ouvi outros deputados afirmarem que assinarão o projeto de autoria dele.


Adamor fazendo a descrição das pautas da sessão e me fazendo a entrega do Projeto de Lei que declara o Círio de Santa Luzia integrante do Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará.

Discussões, ironias e argumentos foram proferidos nessas hora de plenário quando um ou outro partido, por questões ideológicas e interesses, entram em choque e partem para as brigas internas. Ele desceu do plenário e foi até a mim me tomando pela mão e me fazendo conhecer o seu cotidiano de perto. Entramos na sala restrita, fomos às mesas dos partidos e ele me apresentou um a um, os seus amigos de trabalho. Fiquei impressionada com o respeito com o qual os outros integrantes da ALEPA tratam o Adamor. Elogios e frases que ficaram gravadas em mim. Junior Hage, Domingos Juvenil, Suleyma Pegado, Junior Ferrari, Alessandro Novelino, José Pioneiro, Márcio Miranda, Carmona, Carlos Bordalo, Cássio Andrade e muitos outros que despejaram e desperdiçaram palavras de admiração ao Adamor. IMPRESSIONANTE.


Deputada Suleyma Pegado, Deputado Junior Hage, parceiro de partido do deputado Adamor (PR/PA)


Deputado Márcio Miranda, integrante do G8 - "Tenho um livro seu na minha estante, professora!"


"És amiga do Adamor, professora? Sorte a de vocês terem em Santa Luzia um nome como o do Adamor Aires"

Ele é um grande nome ali dentro, foi o que percebi. Muitos daqueles políticos que já estão há tanto tempo nessa empreitada talvez um dia pensaram sobre ele: “É apenas um deputadinho chucro, vindo de um interior irrelevante e sem muita força política!”. Pois é, as palavras se renderam aos pensamentos. O deputado fez por onde o respeito lhe chegasse: é presidente de tanta coisa lá dentro que não vale a pena nem enumerar. Preside tantas mesas que dispensa qualquer relação descritiva. Faz tantos tratos e comandos que eu me perdi nesse único dia em que estive junto dele nas papeladas e negócios.


Reunião da CCJ, a Comissão de Justiça, da qual o Adamor é vice presidente

Sobe em sala, entra em gabinete, desce escada, vota isso, vota aquilo, assina aqui, despacha ali, reúne lá, atende aos eleitores acolá. Fiquei confusa com o tamanho da sua responsabilidade: Reunião com os diretores da mesa, onde é segundo secretário; assessoria em plenário; encontro com o G8, grupo pluripartidário que teve o nó dado por ele; votação de emendas; voto para a constitucionalidade dos projetos na CCJ, onde é o vice presidente; discussão na mesa de Meio Ambiente, onde é membro do conselho; averiguação de relatórios na Comissão de Divisão Administrativa, onde é presidente. Nossa, é tanta coisa que me cansou só em acompanhá-lo. O deputado Adamor Aires trabalha sim viu, gente, e muito. Eu pensei que ser professora era cansativo, mas vi que ser deputado é exaustivo demais, pelo menos em dia de labuta obrigatória (às terças e quartas). Estou feliz por ser professora. E digo mais, ganho mais que ele (KKKKK). O salário líquido no contracheque me provou isso, 8 mil reais. Em valores brutos, quase 13 mil. Soma-se a isso, 15 mil reais de verba indenizatória que é disponibilizada a todos os parlamentares de sua categoria, mas que é uma renda totalmente sujeita à comprovação de gastos - gastou não comprovou, pagou. Mas o Adamor não é só deputado não, por isso seu bolso é mais gordinho, tem assessorias, trabalha com a advocacia e portanto consegue ser bem remunerado.


Almoço no Boteco, na Casa das Onze Janelas

Saímos do Palácio da Assembléia às 14h e fomos para um almoço delicioso no Boteco da Casa das Onze Janelas - chique, meu bem. Ficamos lá durante o almoço e conversamos muito sobre os projetos desse político que tem na veia a vontade do trabalho e não necessariamente a da política: “Sou político por algumas circunstâncias da vida, que me fizeram, naquele momento, adentrar em bases maiores!”. Perguntei se ele vai ser candidato neste pleito que se aproxima e ele me respondeu que, até que se prove o contrário é candidato sim, mas que ainda não bateu o martelo, “outras coisas devem ser pensadas e levadas em consideração”, disse ele me confessando que cometeu alguns erros e que, até mesmo para ele são imperdoáveis: “Deixei de fazer mais, poderia ter feito melhor, eu sei”. Sobre o sonho de ser prefeito de Santa Luzia, a surpresa: “As más línguas falam que você não será feliz sem realizar esse sonho, é verdade?”. “Não. Eu sou feliz. Se comentam isso, te digo de coração que são as pessoas que sonham por mim. Te juro, Junia, meu maior sonho não é ser prefeito de lá. Quero o bem da minha cidade, luto por isso, mas não vou ser candidato à prefeitura, pode escrever!”. Sobre o medo de perder a eleição neste novo pleito, foi decisivo: “Tenho medo, claro, não sou invencível. Tenho defeitos e posso sofrer derrotas sim. A minha maturidade não me permite mais a arrogância de achar que estou sempre por cima!”. Quando perguntei sobre o fim da carreira política: “Muita gente sonha em te ver fora disso tudo, tens opositores e que querem te ver saindo da política de cabeça baixa, o que pensas?”. “ Não sou político, Junia, sou advogado, essa é a minha profissão. Se a política me falhar devo te dizer, com muito prazer, que vou voltar a fazer o que faço de melhor que é advogar!”. “Tens medo de deixar de ser o deputado Adamor?” “Não. Nem um pouco. Tenho medo de perder meus filhos, minha família, meus pais que agora estão fazendo 50 anos de casados, mas a política não porque sei que ela é apenas uma consequência, não sou diplomado nisso e, portanto,quando acabar isso aqui, sei que não ficarei desempregado!”. Perguntei pelos filhos, seu sorriso disse tudo. Os olhos do Adamor brilham quando o assunto é família. Percebi em sua mesa as fotos da família reunida, a Irene, o André, o tio Bararu. Ele não seria tão falso a ponto de montar aquilo tudo. Aquele homem de terno e gravata sentado numa cadeira em couro é uma pessoa humilde sim. Não vi a minha visita como uma farsa e não me vejo agora como a sua puxa saco mor. Não, nada disso, mas acho que as pessoas deixaram de ver o Adamor como pessoa depois que ele virou político. Esse é o nosso grande erro, confundir o pessoal com o institucional, a pessoa com o cargo, o público com o privado. Sem entrar no mérito da honestidade e desonestidade, ele próprio me disse que não é nenhum santo, mas que sempre foi uma pessoa e um político responsável. E eu estou tecendo elogios a seu respeito não porque ele é filho de Santa Luzia, a minha terra, mas pelo que vi e ouvi a seu respeito nessas 9 horas em que vivenciei o seu trabalho, a sua inteligência, a sua competência.


Sala do Gabinete na Assembleia

Não subo mais em palanque e o meu blog não é político, mas tenho as minhas preferências pessoais. E depois que sai de lá, voltei pra casa pensando que ele, me parece, só tem inimigos políticos mesmo lá em Santa Luzia, porque aqui na capital, desavenças e atritos ficam trancados quando as portas sinalizam o fechamento da sessão. O Adamor nas muitas horas em que esteve comigo me mostrou que tem sim inimigos políticos, mas nenhum inimigo pessoal. E desse encontro ficaram em mim as palavras dele: “Não sou perfeito, posso sim ser derrotado, sou ser humano, pai, filho, marido e cometo erros, muitos inclusive, mas não sou esse bicho papão que pregam”. Eu vi. És gente, amigo. Gente mesmo, no sentido mais restrito da palavra. Que bom que tive tempo de te enxergar assim. Boa Sorte. Conte conosco. Quebraste as minhas expectativas. Rompi os laços de fita, desatei o nó e adorei o presente que me deste: o prazer em conhecer o Adamor, o filho do seu Ademir, o preferido de Dona Mena, o pai do André, do Gabriel, o marido da Irene, o advogado. Estou por aqui, Adamor, meu amigo - AGORA, VISÍVEL.

4 comentários:

Anônimo disse...

Conheço este cidadão e faço minhas as suas palavras, Professora Joana. O Deputado Adamor é homem comum, com seus erros e acertos, mais com virtudes dos grandes líderes, que é a humildade e a doação em benefício do próximo. Ao desvendar este moço, você retrata, com sabedoria e inteligência, o quanto ele é normal e simples.Parabens pela matéria.

Anônimo disse...

Professora Joana estou muito feliz com a senhora por mostrar o trabalho do nosso deputado Adamor. eu não votei nele pra deputado por que o pessoal do pt me pediu pra votar pro bordalo, mais me arrependo de não ter sido eleitora dele. aprendi a gostar dele por que ele além de ser nosso daqui é gente humilde.na semana passada minha mae adoeceu e meio envergonhada fui na casa dele e ele me recebeu de bermuda e sandalia e me ajudou com a doença da mamae mandando ela pra belém pra uma casa de apoio que ele tem por lá.fomos bem tratada e minha mae já esta aqui trouxe ate remedios.fui procurar o prefeito e me virou as costas.gostei das fotos da senhora com os deputados.a senhora merece.

Anônimo disse...

Esse é o cara!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Puxa vida, pensei que deputado não trabalhava.