9 de setembro de 2010

MORTE DE LÍDER DO MST É NOTÍCIA NO BRASIL.

E o acontecimento que trata da morte de um dos líderes dos sem-terra em nosso município deu o que falar nos jornais, site’s e blog’s de todo o Brasil. Na internet, os folhetins on line dão conta do incidente lamentável e que envolve o filho de um candidato e ex-deputado muito influente.


Mas o que me chamou a atenção foi a matéria divulgada no site oficial do candidato à presidência, do PSOL, o Plínio Arruda Sampaio que além de lamentar em seu nicho na web, escreveu o nome de nossa cidade errado – SANTA LÚCIA, no Pará, disse ele.


Poxa vida candidato...

Os jornais de hoje deram mais destaque à notícia, leiam:

Mais um preso pela morte de sem terra

Orlando Nonato se apresentou à polícia e recebeu voz de prisão do delegado

Orlando Nonato Brandão Sampaio Júnior, 23 anos, o "Maranhão", apresentou-se ao delegado de Polícia Civil, José Humbero de Melo Júnior, na Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), em Belém, para esclarecer sobre seu envolvimento na morte do agricultor e sindicalista José Valmeristo Soares, conhecido como "Caribé", torturado e morto na última sexta-feira, 3, em uma fazenda localizada na área rural do município de Santa Luzia do Pará. Como havia um mandado de prisão preventiva contra o acusado, ele foi preso e mantido sob custódia na carceragem. É terceiro acusado capturado sob suspeita de ter executado o assassinato, cujo principal suspeito de ser o mandante é Marcos Bengtson, filho do pastor filho do pastor, ex-deputado federal e candidato Josué Bengtson, também preso, anteontem.

O delegado José Humberto recebeu "Maranhão" e seus advogados em sua sala e deu voz de prisão ao acusado com base no mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. O policial afirma que os defensores legais de Orlando querem ter acesso ao inquérito para depois traçar uma linha de defesa. Até o momento, nem eles nem o cliente sabiam que ele estava sendo investigado e tinha um ordem judicial para prendê-lo, uma vez que todo o procedimento da Polícia Civil estava ocorrendo em sigilo, também autorizado pela Justiça.

José Humberto comenta que o segredo nas investigações foi pedido para evitar qualquer tipo de pressão sobre os policiais encarregados de apurar o crime, pois o principal acusado de ser o mandante é filho de Josué Bengtson. Quanto a Orlando, o delegado afirma que sua participação no crime foi como integrante do trio armado que abordou e rendeu Caribé e João Batista Galdino, também sindicalista. Maranhão seria o homem que levou a moto em que as duas vítimas estavam para um esconderijo até o momento não identificado. Os outros dois participantes do homicídio seriam Ademir Oliveira do Nasicimento, o "Rato", tido como o homem que disparou contra José Valmeristo, e Pedro Jackson da Costa, o "Pedro Jack". Todos três devem depor hoje na Dioe durante todo o dia.

Testemunha dá detalhes da morte de líder do MST

Em entrevista coletiva, ontem, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a testemunha da morte de José Valmeristo Soares, o Caribé, contou que conseguiu escapar se atirando no rio, enquanto ouvia os disparos que mataram seu amigo, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, no município de Santa Luzia do Pará, nordeste do Estado, na última sexta-feira, 3.

Segundo o depoimento dado na manhã de ontem, na CNBB - com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e MST -, a testemunha e Caribé se encaminhavam para a delegacia de Santa Luzia para prestar esclarecimentos sobre as ameaças que vinham sofrendo por parte dos seguranças da fazenda Cambará.

Os dois teriam sido surpreendidos no Ramal do Pitoró por três pistoleiros que estavam em um carro da marca Hilux. Ainda de acordo com o relato, os dois foram obrigados a entrar no carro, onde foram espancados e torturados.

O sobrevivente contou que os dois foram obrigados a descer no Ramal do Cacual, próximo ao município de Bragança, onde aconteceu o assassinato do outro trabalhador rural.

Segundo o coordenador do MST no Pará, Ulisses Manaças, há seis meses os dirigentes do grupo já vinham registrando ocorrências na delegacia do município para registrar os acontecimentos e nada vinha sendo feito pela Polícia Civil.

Manaças diz que a fazenda vinha sendo ocupada há um ano pelo MST e que há pouco tempo os ocupantes foram retirados, mesmo sem um mandado de reintegração de posse, por seguranças particulares da fazenda, a mando de Marcos Bengtson, que é acusado pela morte de Caribé.

O coordenador do MST declarou ainda que a polícia foi chamada para retirar o corpo de José Valmeristo do local, mas nada fez. “O corpo dele ficou quase 24 horas no local e a polícia não quis nos ajudar”, disse Manaças. O corpo teria sido retirado pelos próprios integrantes do MST.

MST pede proteção para sobrevivente

O MST informou que irá pedir proteção policial para o trabalhador rural que escapou da emboscada e testemunhou o assassinato de Caribé, assim como pedirá na Justiça pensão para a viúva e os cinco filhos do trabalhador morto.

A ouvidora do Sistema de Segurança Pública do Estado, Cibele Kuss, que também esteve presente à coletiva, declarou que as denúncias feitas pelo MST serão encaminhadas para o Ministério Público Estadual e para a Defensoria do Estado para que sejam apuradas.

Ainda de acordo com Kuss, neste caso existiu uma morosidade da polícia em prestar apoio ao movimento. “Se já existia um pedido de apoio, por que foi negado? Vamos apurar isso”, indaga.

Sobre as denúncias feitas pelo MST de que teria havido negligência em relação às denúncias das ameaças sofridas pelos trabalhadores, a assessoria de comunicação da Policia Civil declarou que não poderia se manifestar porque as denúncias não foram encaminhadas ao órgão.

REUNIÃO

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra estiveram reunidos, ontem, no auditório do Centro Integrado do Governo, com representantes de órgãos estaduais para discutir a questão agrária no Pará. Participaram do encontro cerca de 15 líderes do movimento, o secretário adjunto de Segurança Pública, Geraldo Sales, e o secretário da Casa Civil, Everaldo Martins.

Durante a reunião, que aconteceu por volta das 20h, os militantes cobraram providências acerca do desdobramento do assassinato do trabalhador rural José Valmeristo Soares. (Diário do Pará)

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